Quando os olhos não veem e o coração sente.

Esses dias tive uma aula de filosofia e meu professor teve a feliz ideia (sem ironia, sério) de passar um documentário muito bacana: A janela da alma.
Adorei.
Gostei muito do documentário, porque além da crítica que ele propõe existe também uma sensibilidade muito grande e me fez pensar.
Trata-se de histórias de pessoas que veem a vida com outros olhos... Não quero detalhar porque se você ainda não viu, é uma boa correr atrás e assistir também.
Mas, esse documentário me fez pensar em muitas coisas, e entre elas, o fato de como eu vejo a vida, as pessoas, os sentimentos, e tudo mais.
Nem sempre dou valor para as coisas que me cercam, nem sempre quero me preocupar com tudo. As vezes paro pra lembrar da "pequena Aline", que sorria ao ver algo novo, que vivia curiosa e cheia de vontade de aprender e ver a vida com outros olhos.
Hoje, mesmo cheia de sonhos e vida, tenho um pouco de preguiça de fechar os olhos e ver a vida com o coração. Acho meio dificil acreditar nas pessoas, sentir que elas estão sendo verdadeiras, sei lá. Não é todo mundo que me convence, e nem é por maldade que eu venho pensando assim.
Durante o documentário, um entrevistado fala assim: "Para conhecer as coisas é preciso dar a volta"...
É preciso tentar ver com os outros olhos. É preciso ir além da aparência, ir além das influências, ir além da primeira impressão, porque, ela não precisa ser exatamente a que fica em nossas mentes, precisa?
As vezes, é preciso topar com alguma dificuldade para, finalmente, conseguir ver outra maneira, outra saída.
Me pergunto porque é que eu me conformo as vezes e não dou a volta pra conhecer melhor.
A gente só se surpreende e para pra prestar atenção naquelas coisas grandiosas, inusitadas, que viram notícia e morrem no dia seguinte. Mas as pequenas coisas, a gente não olha mais, não admira mais e aposentamo-as no fundo de uma gaveta qualquer, ou simplesmente deixamos de lado..."Temos tudo em excesso. (...) E as histórias simples nós nao vemos mais." (outra citação durante o documentário)
Li um livro uma vez, sobre filosofia mesmo, que falava sobre como nós somos acostumados com a vida, por isso as vezes não somos felizes com nada.
O autor chamou a atenção para a felicidade de uma criança quando vê um cachorro, o seu entusiasmo. A criança acabou de chegar à vida, tudo pra ela é novo, e ela nem se espanta quando se pega dizendo: "olha um au-au".
Mas nós não. Nós achamos ridículo quando um adulto admira a cidade, os prédios, o formato das árvores... Porque na verdade, esquecemos de como é tapar os olhos e ver com o coração. Estamos cansados demais, ocupados demais...
Apenas as pessoas que não veem a cor e os detalhes das folhas de uma árvore é que sabem, que quando os olhos não veem o coração sente, o coração vê, e vê além do que os olhos podem enxergar.

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