Eu falava de imperfeição

Sou mesmo uma sonhadora.

Uma sonhadora ingênua, talvez.
Não procuro por limites e prefiro sonhar...


Estive pensando, nos últimos dias, como a vida está ficando...
Algumas vezes chorei por achar que deixei um pouco de mim para trás, mesmo sendo um pouco que eu gostava tanto...
Andei lendo meu diário de 15 anos e senti saudade das aventuras que eu criava e o fato de tudo ser incrivelmente bom

Voltei a escrever.


Gosto de ler livros com histórias reais e perceber que tudo aquilo sou eu.
São minhas alegrias, angústias, conquistas e paranoias. Sou eu. Assinei.

Vejo que guardava papeis de bala e isso não parecia estúpido.
Falava de dias chuvosos com pipoca e filmes de terror.
Falava de dias de sol com skate e sorvete. Falava de grama, céu azul, falava de mim.


Nas memórias que eu registrei, eu falava de imperfeição.
De brigas, saudades, choros e uma solidão.
Não falava de dias eternamente ensolarados e tenho saudade daquela chuva de sensações.

Hoje escrevo com pressa. Tenho sempre que dormir, o máximo que puder... e ainda assim é sempre pouco.
Escrevo a vida como é. Não como eu gostaria que fosse, talvez.
Queria escrever mais aventuras, mas cicatrizes, mais tombos e gargalhadas infinitas.


Mas a culpa é minha. Textos bons ou não, a culpa é toda minha.
A vida tomou o rumo que eu quis dar a ela.
Não que hoje eu não seja feliz. Sou. Sou.
Mas sinto falta da simplicidade da vida boba de 15 anos de idade.

Sinto falta de escrever diários como aquele e ver a vida daquele jeito.

Continuo sonhadora.
Sonho em chegar ao ponto máximo de simplesmente viver assim, debaixo de árvores e pássaros que inundam a vida de canto sincero.
Sonho ao ponto de cair de skate, ralar o joelho, rir de dor. Dor física. Dor de: "caí!".


Sonho em voltar no tempo.
Sei que é sonho que não se realiza. Mas gosto de sonhar... Quem sabe um dia terei a chance de realizar um pedido... Já sei qual deles quero fazer virar realidade...


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