Minha menina



Quando descobriu o amor, ela ainda era menina. Foi feliz, sentiu leveza e beleza. Se enganou, sofreu um pouco, riu do tropeço e seguiu em frente, sem pensar no quanto aquilo podia doer.

Se jogou de braços abertos na vida. Não tinha medo de errar, não tinha expectativas demais, não conhecia o peso da mentira.

Certo dia, a menina sentiu seu coração pesar. Pesado, estava pesado. Ela não sabia a razão de tantas dúvidas deixarem sua cabeça girando e se sentiu triste, como nunca havia sentido.

A menina conheceu a dor da despedida, a dor de perder, a dor de gostar. O mundo se tornou imenso diante dos seus olhos e ela se abateu.

Foram tempos e tempos de autoacolhimento. Sua voz se voltava para dentro, sua paciência se esgotava e renascia, sua fé cresceu. A menina, que doente do coração estava, encontrou o mundo diferente.

Quando parou para se ouvir, a menina percebeu que coisas bonitas haviam brotado em meio à tanta confusão. Sementinhas estavam florescendo e suas cores preferidas estavam lá. A menina tem medo de se machucar, mas seu destino é voar. Voar bem alto.

A menina tem chorado e sorrido escondido. Não que o mundo não seja capaz de lidar com suas razões, mas ela aprendeu a olhar para si. Para dentro de si. E ali, onde descobriu um lugarzinho para ficar, descobriu o aconchego de sentir-se sua.

Menina, quem é que nunca precisou de um travesseiro cheiroso para a cabeça encostar?
Quem é que nunca precisou consertar-se em meio à loucura do viver?

Que bom que você aprendeu a escutar o silêncio do seu coração. Estou orgulhosa de você, minha menina.

Comentários

Postagens mais visitadas